sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O Caçador de Pipas [The Kite Runner]



Ontem tive o prazer da companhia agradabilíssima da minha amiga Cinthia. Aproveitamos que nossos gatos trabalhariam até mais tarde e marcamos um cineminha, com direito a muitas fofocas antes da sessão e pipoca, chocolate e coca-cola durante a sessão.


Baseado no best seller de Khaled Hosseini, o filme conta a história emocionante dos amigos Amir e Hassan, dois garotos afegãos, cuja amizade vai muito além das brincadeiras e dos campeonatos de pipa.

Amir é um jovem privilegiado: pertence à etnia dominante do país (pashtu), freqüenta a escola, mora em uma bela casa e seu pai é um rico homem de negócios e figura conhecida de Cabul. É órfão de mãe e um jovem relativamente frágil. Hassan é o oposto. A única semelhança com o amigo é a ausência da presença materna em sua vida. É analfabeto e, assim como o seu pai, é serviçal na casa de Amir. Faz parte da minoria hazara, etnia menos abastada, geralmente discriminada e odiada no Afeganistão. Hassan é corajoso, companheiro e protetor do solitário Amir, que luta pela atenção do pai. Há um laço de amizade não apenas entre os garotos, mas também entre seus pais. O pai de Amir trata todos como sendo da mesma família.

Hassan é eternamente fiel ao amigo, sentimento que em alguns momentos faz despertar revolta em Amir. Dentre várias brincadeiras e idas ao cinema com direito à coca-cola quente, um dos passatempos dos dois é a leitura. Amir fascina Hassan ao ler contos populares para o amigo analfabeto.

As pipas são o passatempo de inverno predileto dos jovens. Anualmente, um campeonato de pipas agita Cabul. Amir sonha em ganhar o campeonato para provar seu valor ao pai. Antes da competição, Amir parece desistir. Porém, mais uma vez, Hassan está ao seu lado e o ajuda a vencer o medo. Após a competição, acontece algo que muda a vida de Amir. Hassan é brutalmente violentado por três jovens. Amir presencia tudo, mas nada faz para ajudar o amigo. Decide não contar aquilo para ninguém. Mesmo após migrar com o pai para os Estados Unidos, durante a invasão soviética, o fantasma daquele dia ainda o atormenta.

Amir se torna escritor, se casa (com direito a Dança do Acasalamento e Dança do Arrocha - piada interna), mas não consegue esquecer sua falha com Hassan. Um dia, ele recebe um telefonema de um amigo que morava no Paquistão e finalmente tem a chance de reparar o erro do passado. Amir volta a sua terra natal e enfrenta uma realidade cruel.

Muitos anos se passam e Amir tem que voltar para sua terra natal para corrigir seus erros do passado, deparando-se com uma revelação que mudaria o curso de sua vida. Não contarei pra não perder a graça!O Caçador de Pipas é perfeito em todos os sentidos, a história, os atores, a cinematografia. É tudo tão impressionante que fica impossível de se adivinhar que o Afeganistão do filme na verdade é a China da vida real.O filme faz o público se apaixonar pela a atuação das crianças Zekeria Ebrahimi (Amir) e Ahmad Khan Mahmidzada (Hassan) e com o realismo que eles emprestaram aos personagens, assim como o ator que interpreta o pai de Amir (Homayoun Ershadi). O elenco é maravilhoso, especialmente o garoto que interpreta Hassan, um personagem que é verdadeiramente inesquecível. O script reflete o cuidado com que o autor, diretor e produtor colaboraram para contar uma história real.

Destaque¹: o diálogo dos dois amigos logo no início do filme. Amir pergunta a Hassan se ele teria coragem de comer terra, caso ele o pedisse. Hassan imediatamente retruca: - “Claro que comeria, mas você não me pediria uma coisa dessas, pediria?”

Destaque²: a música simplesmente LINDA da cena em que Amir (já adulto) acha que perdeu Sohrab. Quem é Sohrab? Assista o filme pra saber!
Curiosidade: em várias das cenas em que as crianças estão empinando pipas elas na verdade estavam empinando balões, com as pipas sendo inseridas na pós-produção.

Um comentário:

ViviZ disse...

é maravilhoso o filme né? Dá raiva da covardia do guri, do jeito que ele projeta a covardia no outro e faz o menino ir embora da casa dele, dá muita dó do menininho (aquela carinha dele de coitado dava vontade de chorar), eu achei linda a carta que ele deixou pro amigo falando dos sonhos dele.... po.... lindo