quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Cantando na Chuva [Singing in the Rain]

Em um grande estúdio de Holywood no final dos anos 1920, uma famosa dupla de atores do cinema mudo tenta adaptar-se ao novo cinema falado.

Muito antes de John Travolta fazer sucesso nos embalos de sábado, Gene Kelly já arrebentava dançando na chuva e nas telas do cinema. Cantando na chuva é considerado o melhor musical de todos os tempos, o legítimo representante da época de ouro dos musicais.

O filme mostra todo o romantismo, o luxo, o glamour e uma certa ingenuidade – marcas registradas do gênero. Os números musicais são os melhores já produzidos com destaque para as performances de Kelly dançando sozinho, com Donald O’Connor ou com Cyd Charisse. Outro destaque é a atriz Jean Hagen como a estrela insuportável de voz estridente.

Em mais uma injustiça memorável, tudo que Cantando na chuva conseguiu na Academia foi duas indicações para o Oscar: Melhor atriz coadjuvante (Jean Hagen) e direção musical. O roteiro é ótimo, além de satirizar os primeiros anos do cinema falado, faz uma paródia do próprio cinema, dos atores e do universo de Holywood.

Mesmo com essa visão irônica, o filme é um registro do cinema da época e retrata um momento histórico: A passagem do cinema mudo para o falado. Aborda também a polêmica discussão Teatro versus cinema, através da personagem de Debbie Reynolds que em princípio defende a nobreza do teatro como o pai das artes cênicas. Mas, no final, rende-se ao glamour do cinema, pregando sua magnificência e massageando mais uma vez, o ego insaciável de Holywood.

Cantando na chuva é um momento de rara beleza do cinema, é pura diversão.


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